Há algum tempo atrás a minha companheira chegou em casa com um livro chamado "Ser Criativo" do autor Stephen Nachmanovitch, depois de ler os primeiros capítulos minha cabeça deu a doida e o meu processo criativo se tornou muito mais leve. Agora eu tô desenhando e pintando de uma maneira muito mais livre, gestual, intuitiva e principalmente experimental.
Esse livro veio na hora certa, eu já estava inquieto em relação ao que vinha fazendo ultimamente. Acontece que desde o começo de 2015 que eu vinha me dedicando quase que exclusivamente a fazer tattoos utilizando somente tinta preta, traços finos, cheguei até a me rotular como Blackworker! (coitado). Pois bem, esqueçam tudo isso, liguei o foda-se e rasguei o rótulo! O cara que vos fala agora não é mais aquele do começo de 2015, e sabe-se lá o que ele vai ser quando estivermos em 2018. "eu prefiro seeeeeeer... essa metamorfose ambulante"
O melhor de tudo isso foi ter me dado conta de que o que me move artisticamente é a experimentação, a busca do "novo" (em minha opinião) Por mais que eu saiba que não devo me rotular ou me prender a nenhuma regra, estilo ou lei, eu tenho observado um ciclo que se repete, de tempo em tempo eu vivo um momento doloroso de crise criativa, dói mesmo! A priori eu começo a perder o tesão nas coisas que venho fazendo, e isso vai até o ponto de me sentir um artista merda, pra só depois jogar tudo pra cima e partir pra experimentar algo totalmente diferente do que vinha fazendo e ficar novamente nas nuvens!
Essas inquietações me levaram a criar projetos paralelos à tatuagem como o #peixeforadagua, #adornodemare e a série dos peixes com casa, todos esses que citei surgiram sem intenção alguma de se transformar em tatuagens, mas depois de algum tempo as pessoas passaram a me procurar pra tatuar isso também, foi aí que comecei a experimentar o gostinho de tatuar os trabalhos autorais, e são os projetos autorais que carregam a minha assinatura e que me dão mais tesão na hora de trabalhar!
A coisa foi tomando um caminho tão louco que agora é difícil de separar o que é projeto de tatuagem e o que é projeto paralelo, e eu quero mesmo é que tudo fique misturado. Pelo que eu tenho observado, a tatuagem contemporânea vem passando por um processo "evolutivo" muito foda, quase que diariamente eu me deparo com novos artistas e formas diferentes de se pensar esse tipo de arte... é muito bom ver esse movimento rolando, e mais foda ainda é poder ser protagonista nele.
Vê se faz sentido eu me limitar a usar somente a 1 (uma) canetinha preta pra criar minhas artes, se eu posso usar essa mesma caneta junto pincel, tesoura, cola, desenhos velhos, carimbos que a minha companheira faz, xerox, recortes de revista, spray, lápis de cor e o que mais eu tiver afim de usar! E sabe o que mais... eu quero é aloprar, causar, arriar a lombra, viajar na maionese, to adorando utilizar materiais e técnicas diversas para criar essas novas artes, to com um tesão danado nessa minha nova fase. Pois então, quem quiser compartilhar dessa viagem toda aí é só dar os toques que a gente conversa!
Depois de ter passado por todo esse processo, aprendi que não adianta dizer que agora vou investir nisso, ou só vou fazer aquilo! Não vou prometer nada além de me manter ativo, produzindo, e alimentando esse fazer artístico! O resultado disso eu vou ta sempre postando pra vocês!
Vamos seguindo no fluxo que é o que importa! beleza!?
Um xero pra todo mundo
